O Tempo

No balanço da vida ouço os ruídos do tempo. O que foi, o que é e o que será. Um infinito de possibilidades no profundo oceano de incertezas. O tempo é algo tão fugidio quanto a areia que a mão esmaga e os desejos de um tempo se opõem aos de outro momento: diferentes as vontades e medos, outras sensações...

O que pesa mais na balança da vida para seu equilíbrio: a sapiência de um velho ou o frescor de um jovem? O rubor e a vitalidade de quem anseia pelo inesperado ou a calma do monge que já conhece a trajetória?

Orientar-se pela sensação mais pura que pode o coração transmitir como o líquido da vida que corre pelas veias. Sentir-se vivo e extasiar-se com o frenético músculo que pulsa bombeando emoções e gera energia. Redescobrir-se.

Forte e maduro como o fruto, que está finalmente pronto para o novo caminho. Num mesmo plano, o tempo escorre em diferentes intensidades. Anda, engatinha ou corre, de acordo com o trajeto que faz o homem. A vida é o que acontece enquanto se esvai pelas mãos a areia do tempo.