O Tempo

No balanço da vida ouço os ruídos do tempo. O que foi, o que é e o que será. Um infinito de possibilidades no profundo oceano de incertezas. O tempo é algo tão fugidio quanto a areia que a mão esmaga e os desejos de um tempo se opõem aos de outro momento: diferentes as vontades e medos, outras sensações...

O que pesa mais na balança da vida para seu equilíbrio: a sapiência de um velho ou o frescor de um jovem? O rubor e a vitalidade de quem anseia pelo inesperado ou a calma do monge que já conhece a trajetória?

Orientar-se pela sensação mais pura que pode o coração transmitir como o líquido da vida que corre pelas veias. Sentir-se vivo e extasiar-se com o frenético músculo que pulsa bombeando emoções e gera energia. Redescobrir-se.

Forte e maduro como o fruto, que está finalmente pronto para o novo caminho. Num mesmo plano, o tempo escorre em diferentes intensidades. Anda, engatinha ou corre, de acordo com o trajeto que faz o homem. A vida é o que acontece enquanto se esvai pelas mãos a areia do tempo.

Um comentário:

  1. Gosto da linha de pensamento de Agostinho de Hippo sobre o tempo. Para ele, de certa forma, o tempo não existe: o passado é história e o futuro é porvir. A história deixou de existir e o porvir não existe ainda. O que realmente existe é o presente imediato, o agora, esse momento. Interessante conjeturar em quanto tempo o presente realmente existe, logo, em quanto tempo realmente existimos.

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